Breaking Bad — reassisti os últimos episódios
Ontem peguei pra reassisti Breaking Bad, do episódio 8 da temporada 5, até o episódio “Felina”, episódio 16, último da temporada/série. Me diverti muito. Dito isso, como Jesse Pinkman e Skyler White sofreram na mão do Walter White! Que homem bizarro… Na verdade, várias pessoas birutas. Entre os birutas, os Shrader me encantam!
Marie é claptomaníaca, foi salva diversas vezes pela condescendencia do marido policial nos roubos que cometeu, mas vibra com sede de justiça pela prisão do W. W.. Ela é, sem dúvidas, das pessoas que precisam agradecer que o sistema de justiça é falho, cego e burocrático. Mas pro caso de W. ela clama pelo rigor da lei. Já Hank é um cara com a moral bastante normótica: despreza W. de maneiras sutis, o acha fraco por não emular alguns valores do ideal americano, como o de ser um homem bem sucedido profissionalmente e financeiramente.
É chocante como a noção de rico e pobre nos EUA é diferente do Brasil, o cara é professor de high school e mora muito bem, numa casa incrível, tem dois carros na garagem, piscina, churrasqueira, mora num bairro distinto e mesmo assim esse cara se entende e é entendido como fracassado. Quer dizer, no BR ele seria considerado um cara muito bem sucedido nos aspectos materiais da vida, muito acima de um professor médio.
Enfim, acho que consegui gostar de assistir mais agora do que antes. Ver o W. se envolver com nazistas foi daquelas coisas mais revoltantes, aquele homem não tinha limites! Isso já estava claro desde de que ele deixou a namorada do Jesse morrer, lá no fim da primeira temporada.
Alias, os sentimentos pelo W. W, pra mim, são a grande experiencia que vivo quando estou diante desse seriado. Lembro a primeira vez que assisti o momento que Marie perguntou pra ele: Por que não se mata? E pensei: Pois é, morre logo cara*ho, ta fazendo muito mal a vida da tua mulher. Veja só, nessa vez agora, já não pensei o mesmo, não queria que ele morresse dessa maneira, mesmo detestando ele em diversos momentos e em como ele realmente se tornou o próprio satanás encarnado.
A forma como ele foi se tornando cada vez mais mentiroso me impactou: mesmo com a Skyler sabendo do esquema ele não conseguia ser sincero de verdade com ela, manipulou até o fim e quando ela cometeu um “erro” — contar para o filho da real situação do pai — ele foi violento, cruel, vingativo e ingrato com ela. Aquele telefonema que ele fez pra ela, depois de ter raptado a Holly foi bizarro e alí ele já merecia ser arrastado no asfalto quente pra pegar pela lingua maléfica.
No entanto, realmente, o que te é feio, não próximo lhe parece. É dificil não criar um certo nível de empatia por quem somos expostos de maneira tão intima. Então senti a oscilação, odiei ele em alguns momentos, torci por ele em outros.
Por mais que a história aborde o drama pessoal de outros personagens, é em W. W. que vivemos o cerne e coração da questão de B.B: quem é você diante do poder? Quem é você com e sem poder? Pessoas que orientam sua personalidade em torno do tanto de poder que detem costumam ficar muito enfraquecidas diante de cenários em que se possa interpretar que tem pouco prestígio pessoal. W. W. antes de Heisenberg era e se entendia como um fraco, depois deste tornou-se um ícone, um nome a ser temido e amado, poderoso! Mesmo um americano comum, como ele se entendia, será que se colocaria em tão baixa conta, diante de tudo que conquistou e viveu? Ele se colocava assim, como um cara que perdeu a chance de enriquecer e inclusive viu seus sócios ficarem ricos, isso machucou demais, mas certamente é só uma interpretação da realidade, a interpretação dele. Jesse mesmo, poderia ter sentido o poder de maneira a assoberba-lo, mas sentiu de maneira totalmente diferente, bem mais nobre e espiritualizado, não aproveitou o dinheiro e não atoa ninguem torce contra ele.
Quando W. W admite que fez tudo o que fez por si mesmo, se libertou, matou nazistas e morreu salvando o Jessi, o mesmo que havia mandado matar. No fim, ele ganhou todas as batalhas, mas perdeu a guerra,
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